quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Questionar é preciso (?)



Nós mulheres somos muito engraçadas, temos esse negócio de sermos nada (ou quase nada) práticas. Talvez, só talvez, esse seja nosso grande diferencial em relação aos homens. Afinal, com toda nossa pseudo-loucura, vocês nos amam (FATO!). Nós nem sempre nos contentamos com uma simples resposta, e daí?! Calma, ainda defendo que é melhor receber uma resposta sincera do que uma fantasiosa. Exemplo? Vamos lá.

Você (homem) conheceu aquela mulher linda e interessantíssima (naquele momento ela era tudo isso), mas com o passar do tempo, você se deu conta que ela não era sua “cara-metade”, aí começa o dilema de como terminar a relação. Não sei pra que tudo isso, mas... Você vai acabar falando coisas bonitas, que não são necessariamente o que acredita ou gostaria de dizer. Poxa, falar a verdade não significa falar grosserias. Diga simplesmente que não gosta mais dela, dê dois bons argumentos e encerre o assunto. Se nós fazemos isso, vocês também podem. Ela vai ficar com raiva? Claro! Quem leva um fora sempre sai magoado, mas passa e até chega uma hora que agradeceremos por não ter deixado o desastre se consumar. Por outro lado, se você mentir, quando descobrirmos (acredite, sempre descobrimos), a raiva será maior e não passará, sempre falaremos do assunto com mágoa, pois a mentira em si é pior que levar o fora.

Voltando ao assunto... Sim, nós questionamos tudo, é da nossa natureza! Praticidade só se aplica a poucos assuntos, todos os demais merecem ser debatidos. Eu assumo, sou viciada em debater, pensar, questionar. Sim, eu adoro um discurso. Que culpa eu tenho por ser estimulada pela desenvoltura e inteligência alheia? Beijar na boca é bom, trocar carinho também, mas e depois, o que resta, o que mantém o interesse? Conversar! Sobre tudo e sobre nada, até mesmo a respeito de uma simples lesminha deixando seu rastro pegajoso pelo chão.

Ultimamente fiz o exercício de autoquestionamento, em vários seguimentos de minha vida. Fico me perguntando se vai demorar muito a dar um rumo definitivo a minha vida profissional, se estou fazendo as escolhas certas, até quando terei estímulo de ir em frente, como manter o foco. Também me preocupo com escolhas que alguns amigos andam fazendo, sabe quando você vê que a pessoa está se afundando? Quero ajudar, mas fico de mãos atadas e boca fechada, pois cansei de falar, não quero que as pessoas lembrem de mim como a amiga chata, ao mesmo tempo estou angustiada, tenho esse negócio de proteger, cuidar dos amigos (é meu lado maternal sendo exercitado). Ahhh, e tem meus próprios sentimentos, meu coração até que está quietinho, um tantinho esquecido... Não consigo confiar nos homens, consequentemente não me deixo envolver, em alguns momentos penso que estou fazendo certo, protegendo-me de mágoas desnecessárias, em outros, acho que estou me sabotando, eita lucidez maluca (ou seria maluquez lúcida?) rsrsrsrs

E falando de lado maternal... Esse é outro assunto que me angustia, eu paro e penso “tenho 30 anos e o que construí até aqui?” A resposta é uma só: NADA! Afff, não estou profissionalmente estabilizada (mas tentando), não tenho um relacionamento sério (esse não estou tentando rsrs), não sei se serei mãe nessa vida! Há 3 ou 4 anos, eu achava que era jovem demais pra pensar nisso, porém, agora, eu quero ser mãe, quero sentir a emoção de descobrir a gravidez, ouvir o coraçãozinho batendo, ver as mudanças em meu corpo, acompanhar o desenvolvimento do bebê, sentir a dor do parto (eu quero o natural, não me condenem), não dormir direito por algum tempo, educar, ouvir as reclamações que minha mãe ouviu, vê-la mimar o netinho, quem sabe vê-lo passar por tudo isso um dia...

Ai ai ai, pensar nisso tudo me entristece, pois me dou conta que concretizar tal sonho está tão longe de mim. Seja por não estar em condições financeiras de ser mãe, seja por não ter um provável bom pai. Eis outro motivo para questionamentos. Num mundo de gente tão maluca, de pedófilos, sociopatas e agressores violentos, como saber se ele é o cara, sabe? Como saber se ele não é lobo em pele de cordeiro? Pensamos que o vizinho é um cara legal e de repente ele é um maluco que matou alguém e enterrou no quintal (ufa, ainda não tive vizinhos assim, mas nunca se sabe). É difícil acreditar nas pessoas. É cada vez mais evidente que nós vivemos presos, reféns de nós mesmos, de nossos medos e neuras sociais.

Sabem o que mais passa por minha cabeça? Procurar ou não o cara, o que dizer, como agir, não parecer oferecida, não dar a impressão errada e todo esse blá blá blá. Nessa hora, quanto mais racionalizo, mais dúvidas tenho. Será que com os homens é assim também ou vocês simplesmente racionalizam e pronto, já era, tudo resolvido? Se ele tomou a iniciativa uma vez, agora é minha vez de fazer o mesmo ou espero mais um pouco? Eu sei o que se passa em minha cabeça, mas não faço ideia do que se passa na dele. Confuso, né? Delicado, isso sim! Falar pra fazer ou não algo é muito fácil, o problema é encarar as consequências. Pelo menos sei que não estou nessa sozinha rsrsrsrs

Quem mandou ser tão ariana... Impulsos, mudanças bruscas, um pouco de loucura, muita determinação. É caros leitores, eu sou assim. E daí se hoje eu quiser apenas curtir e amanhã quiser me aninhar num abraço? Acho que arianas vivem em constante estado de TPM... Salve-se quem puder!!! Respostas? Não... Hoje eu só quero perguntar. Amanhã não se sabe.

2 comentários:

Patricia disse...

Um texto que apesar dos rodeios exprime uma unica coisa: um desejo reprimido que parece que lhe incomodar bastante. Na verdade os rodeios são justamente em função desse desejo reprimido. Bjs

Ana disse...

Eu não diria desejo e sim desejos (no plural), tem muita coisa guardada e poucos passos dados.