terça-feira, 11 de outubro de 2011

A pessoa certa? (Teoria)


Você que começou a ler deve estar pensando que se trata de mais uma reprodução daquele texto já tão batido. Calma. Não tem relação (quase) alguma, este aqui é novo e todinho meu. É a minha visão da teoria da pessoa certa ou pessoa errada. Vamos lá?
Eu penso que existem várias formas de amor: amor dos pais pelos filhos e vice-versa, amor entre irmãos, amor entre amigos e amor entre amantes. Deste modo, também existem várias formas de ser a pessoa certa e, igualmente, a pessoa errada.
Posso afirmar que sou a pessoa certa para meus pais, irmão e amigos, ou seja, para todos aqueles que permanecem em minha vida e são tão importantes para mim. E eles são as pessoas certas para mim, cada um com sua forma de amor e certeza.
Dito isto, é preciso reconhecer, fui a pessoa errada na vida de alguns que pensei serem meus amigos, mas não eram... E, principalmente, fui a pessoa errada para os homens que conheci e de quem gostei.
Quer saber? Faz parte. Nem todo mundo encontra a pessoa certa no primeiro romance. Na verdade, a maioria de nós demora a encontrar essa tal pessoa certa, o chamado amor para a vida toda. E alguns nunca encontram.
Há quem diga que existem pessoas certas em horas erradas. Eu discordo. A pessoa certa sempre fará com que o momento seja o certo. Se o momento é o errado, então você não é a pessoa certa. Conforme-se.
Vejam bem, não estou dizendo que isto é imutável, que você sempre será a pessoa errada na vida daquela pessoa. É verdade que há pessoas para as quais sempre seremos as certas e há pessoas para quem sempre seremos as erradas.
Contudo, há pessoas para as quais já fomos a certa e tornamo-nos a errada, bem como, já fomos a errada e podemos vir a ser a certa. Sabendo disso, não tenho ilusões, sei que o fato do outro não me querer agora, não é garantia que possa mudar de ideia mais tarde. Na maior parte das vezes, não vai mudar.
O que fazer, então? Concentre-se naqueles que são os certos. Pense assim, você já é a pessoa certa para tanta gente, um dia vai ser a pessoa certa para aquele cara, que também vai ser o certo pra você. Basta ter calma e levar a vida numa boa.
Não adianta ficar por aí perseguindo um ideal, procurando a pessoa certa, achando que cada pessoa que cruzar seu caminho pode ser o cara certo. Quando ele aparecer, você vai saber, aliás, vocês irão saber. Não acredito em amor a primeira vista, nem em encontro cósmico de almas, acredito apenas em empatia, reconhecimento e admiração.
Que tal se começar achando que o novo conhecido é um cara errado ao invés de apostar todas as fichas nele? Quem sabe assim, um dia você descobre que ele é o certo. E enquanto este não vem, seja feliz, valorize as pessoas certas que já estão em sua vida. Ah sim, pode se divertir com os errados, mas olha, só um pouquinho, heim?!

Sem paciência para achismos.


Não sei quanto a vocês, mas estou cansada de ouvir a seguinte pergunta: “Como uma pessoa como você ainda está solteira?”. Oi????? Como é uma pessoa como eu? Fico me perguntando, o que tenho de tão especial ou diferente que as pessoas se surpreendem por eu estar solteira. O que tem demais nisso?
Já perdi as contas de quantas vezes escutei esta pergunta. E nem sei mais de quantas maneiras diferentes respondi a isto, tentando sempre dar uma justificativa plausível. Mas parei, hoje simplesmente digo “Pois é, como pode?”
Por que os outros se preocupam tanto em saber se você está sozinha ou enrolada ou namorando ou noiva ou casada? Se estou solteira é porque ainda não encontrei a pessoa certa, simples assim. Não vou namorar o primeiro cara que aparece só porque ele me pediu em namoro. E muito menos vou sair caçando homem para namorar porque as pessoas ficam me enchendo que estou 'ficando para titia'.
Poxa, a vida não se resume a estar em um relacionamento. Eu estudo, tenho amigos e familiares ótimos, saio, danço, viajo, rio, choro, como, bebo, durmo, enfim, faço tudo que uma pessoa normal faz. Não sou melhor, nem pior que ninguém, logo, como tantas outras pessoas no mundo posso estar solteira sem isso ser motivo para espanto.
É claro que, às vezes, bate aquela vontade de ter alguém comigo, e até a danada da saudade de quem já passou, mas é aí que entram os amigos de verdade, aqueles que me animam e tiram de casa para me divertir e conhecer pessoas novas. Afinal, estar solteira não é uma doença.
Existem aqueles que escolhem ser assim para não ter que assumir compromisso. Há outros que não encontraram a pessoa certa ainda, mas não deixam de se divertir, seja com os amigos, seja sozinhos. Ir ao cinema, ao teatro, à praia ou a um restaurante sozinha não é o fim do mundo. E pode ser tão bom quanto ir a um bar beber todas ou apenas jogar conversa fora com os amigos.
Então, qual é o problema em estar solteiro? Existe algum? Conta pra mim!

“Ficar direitinho” – o hit do momento!


Quem, nos dias de hoje e estando solteiro, ainda não se viu nesta situação, você conhece alguém, começam a sair juntos e um belo dia o outro lhe propõe que vocês “fiquem direitinho”? Aí você se pergunta 'o que danado é isso?'.
Bem, era pra ser simples. “Ficar direitinho” seria ficar com exclusividade, ou seja, você fica somente com ele e ele fica somente com você. Pelo menos é o que dizem. Bom, não é? Ihhhhh, sei não...
Quem garante que o outro vai ficar somente com você? Algumas vezes acontece, afinal se lhe foi proposto, por que você não acreditaria? Mas... Sempre há um mas! Sabemos que não é bem assim.
Algumas vezes (para não dizer muitas vezes) o outro propõe já sabendo que no fim das contas apenas um de vocês vai cumprir, normalmente o lado mais fraco, logo, VOCÊ. Se ele não cumprir, tudo bem, afinal vocês só estão ficando. É isso mesmo, vocês estão APENAS ficando, os dois continuam SOLTEIROS.
Não pense que “ficar direitinho” é namorar ou quase namorar.
Primeiro, quase namorar não existe, ou você namora ou não, esta é uma das poucas coisas que não admite o quase, o mais ou menos ou o talvez. Segundo, ficar é sempre ficar; vocês estão solteiros e ponto final, entendeu?
Eu, particularmente, não gosto do tal “ficar direitinho”. Você vai encontrar pessoas que dirão que é o passo anterior ao namoro. Eu discordo, já estive na situação de “ficar direitinho” e não passou disso, várias vezes. Ou o problema é comigo, ou a teoria de que “ficar direitinho” é o prelúdio do namoro está furada. Acredito que é a 2ª opção.
Qual o problema em partir do ficar para o namorar? As pessoas pararam no ficar e alguns no “ficar direitinho” por ser mais cômodo (e porque o outro se sujeita a isso). Vão namorar para que? No “ficar direitinho” você tem tudo do namoro e ainda tem a liberdade, com o aval do outro, de continuar solteiro. Melhor impossível!
Não acho. Vou ser do contra novamente, pois eu quero mais, eu mereço mais. Não quero ser a ficante oficial eternamente. Se é para ser assim, prefiro continuar sozinha. É melhor apenas ficar e não se apegar, pois no “ficar direitinho” você vai acabar gostando da outra pessoa e, fatalmente, vai sair dessa história magoada. Vou causar sofrimento a mim mesma para que? Não sou masoquista.
Hoje é assim, as pessoas fizeram de 'namorar' uma coisa errada, ruim, feia, quase obscena. Mas o que é isso? É tão ruim assim se deixar levar pelo que sente, mostrar que precisa de outra pessoa, que quer dividir as alegrias e angústias?
Às vezes, em meio a isso tudo, eu me pergunto se vale a pena continuar acreditando em relacionamentos, compromisso, sentimentos. Há ainda aqueles momentos que eu acho que o amor desistiu de mim ou que ele não é pra mim. Talvez sim... Aí eu paro e penso, se eu desistir não vai haver mais nada, então sigo me agarrando a um fio de esperança.
Uma coisa eu posso afirmar, não caio mais nessa de “ficar direitinho”. Quem vem para o meu lado com esse nhem-nhem-nhem, mando ver se estou na esquina. Sujeitar-se a isso é o mesmo que aceitar migalhas e eu sou Magali, não nego, quero o bolo todo. Pronto, falei!

Como diferenciar mulheres de meninas.


Meninas ganham beijinho na testa, mulheres...
Olá! Conforme prometi, hoje é dia de ensinar os meninos a reconhecerem uma mulher. Quem sabe assim aprendam a lidar com uma quando encontrarem...
Afinal, você sabe reconhecer o que é uma mulher?
Os engraçadinhos que lêem meu blog fatalmente vão dizer que mulher é tudo aquilo que tem órgãos reprodutores femininos e que ficam excitadas com a palavra “liquidação”. Aliás, será que a palavra “liquidação” tem algo a ver com líquido? Provavelmente não, mas faria todo sentido se tivesse...
Então, caro mancebo, como você enalteceu minha “experiência” vou transmitir um conhecimento que adquiri ao longo dos anos batendo a cabeça - não preciso explicar qual, certo? - e com isso facilitar a sua vida.
Alguns afirmam que trocar de mulher não adianta porque apenas trocamos de problemas. Pode até ser, mas acredito que temos níveis de tolerância diferentes para determinados problemas e isso é totalmente subjetivo. Por exemplo, eu não teria um relacionamento com uma mulher fumante, porém não teria problema com uma mulher com chulé, afinal, sou mais chegado em bocas do que em pés.
Antes de começar querendo enlouquecer uma mulher, descubra se realmente você a quer. Vai por mim, não faz sentido plantar aquilo que você não irá regar depois.
Tudo é uma questão do quanto você está disposto a flexibilizar sua vida. Se está numa fase de engrandecimento espiritual, faz sentido sair com alguém com menos maturidade, se você já não tem mais paciência, melhor ficar longe das garotinhas. Lembre-se, quem dorme com criança acorda mijado. Pense nisso enquanto o sangue do cérebro não foi desviado para outros locais.
Considero mulher o ser do sexo feminino que já tem noção de sua própria sexualidade, que sabe o que é um orgasmo, não tem “nojinhos” e que já é adulta o suficiente para entender que relacionamentos não são contratos vitalícios que funcionam sem manutenção adequada.
Nessa última parte entra o que entendo por preço da relação, por exemplo, a cidadã deve deixar claro exatamente o que deseja do indivíduo com quem se relaciona, bem como, a sua contribuição para que a relação funcione. Resumindo: "quero isso e vou dar até aquilo".
Até aí, tudo bem, você já entendeu o que é uma mulher, mas ainda não sabe como identificar uma, certo? Eu entendo, o mundo está cheio de sujeito lento e por isso vou te ajudar. Basta observar reações da moça e descobrirá:
* Uma mulher sempre deixará claro que é você quem manda *
Ela não é besta de discutir o assunto, por sinal, tentará te afastar dele por esperteza pura. Se você pensar a respeito descobrirá que nunca mandou em nada e poderá se sentir mal! Muitos homens simplesmente não aceitam os fatos!
* Você paga a conta, abre a porta do carro e desce a escada na frente dela *
Meninas gostam de se mostrar independentes, mulheres não precisam disso. É óbvio que elas podem pagar seu jantar, sabem abrir a porta do carro sozinhas e aprenderam a usar os corrimãos, mas elas têm a completa noção de que, em algum momento, você deve se mostrar o homem da relação. Mulher adulta sabe o óbvio: se você não se sentir como um homem, como irá se portar como um? Claro que podem ser gentis e se oferecer para dividir ou até mesmo te presentear com uma conta. Aceite com moderação!
* Decote e mini-saia são artigos de vitrine *
Já reparou que tem homem que não sai da puberdade? Os caras continuam fazendo as mesmas piadas sobre as mães dos outros e bobagens desse tipo. Algumas moças também não evoluem, quando mais preparadas já não há necessidade de se impor por um belo corpo. Tem um? Ótimo! Bom para você! Fazer disso uma vitrine me faz parecer que a menina quarentona não tem ninguém que gosta dela, senão alguém falaria que está ridícula. Regra clara: decote não acompanha mini-saia. Mulheres usam um ou outro chamariz.
* Orgasmos são ótimos, satisfação é imprescindível *
Homens são encanados com o orgasmo feminino, perseguem o dito cujo de todo jeito, lêem revistas que ensinam o ponto G, pesquisas que dizem que tamanho não é documento e conversam com os amigos a respeito. Mulheres já tiveram algumas experiências... O suficiente para não colocar sua satisfação na presença de um orgasmo! Depois que ficam mais maduras passam a entender que gozar é interessante, mas como já sabem fazer isso sozinhas, podem se dar ao luxo de se satisfazer com a diversão de estarem bem acompanhadas.
* Mulheres não querem namorar ou casar *
Sei que esse tópico já enfureceu metade das feministas que lêem meu blog e gerou horas no divã para a outra metade. No fundo, no fundo, o que elas querem é namorar e casar. Repare, namorar e casar não significa que seja com você! Mulheres não dizem “preciso arrumar um namorado”. Recebem muitos convites, só precisam aceitar um! Caso você não a tenha convidado, ela deixará você saber que te quer ao seu lado, fique tranquilo. Meninas querem qualquer tipo de relação, são loucas para casar. Se eu conheço uma mulher, que se interessa por mim, conhece minhas qualidades e defeitos, entende o preço que pagará em uma relação comigo e tem vontade de me namorar é muito diferente do que me relacionar com uma moça que está doida para namorar. Abra o olho!
Existem muitas outras formas que mostram a diferença entre meninas e mulheres, mas acredito que essas cinco dicas já separam o joio do trigo. Amanhã falo mais sobre o prazer delas e sexta fechamos com as dicas para deixá-las satisfeitas na cama. Abraço!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Frase do Dia

 
*DRÁUZIO VARELLA*

"No mundo atual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres, do que na cura do Mal de Alzheimer. Daqui a alguns anos, teremos velhas de seios grandes e velhos de pinto duro, mas eles não se lembrarão para que servem."

Saber Viver


Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura...
Enquanto durar.

(Cora Coralina)

O valor da amizade


Extraído de uma palestra realizada na Stanford University em Palo Alto, Califórnia, sobre a conexão Mente-Corpo.

O palestrante (Chefe da psiquiatria da Stanford) afirmou, entre outras coisas, que uma das melhores coisas que o homem pode fazer por sua saúde é estar casado com uma mulher. Já para a mulher, uma das melhores coisas que ela pode fazer pela sua saúde é nutrir a sua relação com suas amigas. Na hora, todos os presentes deram risada, mas ele falava sério.
As mulheres se conectam de forma diferenciada e oferecem sistemas de apoio que ajudam a lidar com o estresse e experiências de vida adversas. Este tempo com as amigas nos ajuda a criar mais serotonina, um neurotransmissor que ajuda a combater a depressão e que pode vir a criar um sentimento de bem estar geral.
As mulheres compartilham seus sentimentos e os homens muitas vezes formam suas relações a partir de suas atividades. Eles raramente sentam com um camarada e discutem como se sentem sobre determinadas coisas ou sobre o andamento de sua vida pessoal.
Trabalho? Sim
Esporte? Sim.
Carros? Sim..
Pescar, Caçar, Golfe? Sim.
Seus sentimentos? Raramente.
As mulheres fazem isso o tempo todo.
Nós compartilhamos a nossa alma com nossas amigas, irmãs/mães e evidentemente isso faz bem à nossa saúde.
O professor palestrante disse que passar o tempo com um amigo é tão importante para a nossa saúde quanto o exercício físico.
Existe uma tendência de se pensar que quando estamos nos exercitando estamos fazendo algo de bom para o nosso corpo, mas quando estamos com nossos amigos estamos ‘jogando conversa fora’ e desperdiçando nosso tempo, o que não é verdade.
Então, toda vez que vocês estiverem se divertindo na companhia de uma amigona se parabenize porque você está fazendo bem a sua saúde!

(Não sou a autora, só estou repassando)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sexo atual, de Arnaldo Jabor



(Publicado no jornal O Dia)

Estamos com fome de amor...
O que temos visto por aí???
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micro e transparentes.
Com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plásticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer... Mas???
Chegam sozinhas e saem sozinhas...
Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos...
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos “personal dancer”, incrível.
E não é só sexo não!
Se fosse, era resolvido fácil, alguém duvida?
Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo!
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama.... Sexo de academia.
Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão “apenas” dormir abraçadinhos, sem se preocuparem com as posições cabalísticas.
Sabe essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção.
Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a “sentir”, só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós...
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos “ORKUT”, “PAR-PERFEITO” e tantos outros, veja o número de comunidades como: “Quero um amor pra vida toda!”, “Eu sou pra casar!” até a desesperançada “Nasci pra viver sozinho!”.
Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis, se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se plastificando, se mutilando em nome da tal “beleza”.
Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso e cada vez mais sozinhos...
Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário.
Pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa.
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, démodê, brega, famílias preconceituosas.
Alô gente!!! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados...
Mas e daí? Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado. “Pague mico”, saia gritando e falando o que sente, demonstre amor.
Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais.
Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que nada tem haver com o que imaginou mas que pode ser a mulher da sua vida... E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois.
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza?
Um ditado tibetano diz: “Se um problema é grande demais, não pense nele... E, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?”
Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens e ou ser um profissional de sucesso que adora rir de si mesmo por ser estabanado.
O que realmente não dá é para continuarmos achando que viver é “out” ou “in”.
Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda na TV, e também na playboy e nos banheiros, eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim para viver ao nosso lado, para ser a mãe dos nossos filhos, gostamos sim de olhar e imaginar a gostosa, mas é só isso, as mulheres inteligentes entendem e compreendem isso.
Queira do seu lado a mulher inteligente: “Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida”.
Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: “amo você”, “fica comigo”, então não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!
Antes ser idiota para as pessoas do que infeliz para si mesmo!

Encerrando ciclos



Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó.
Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora.
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração.
E o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor.
Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”.
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa, nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu própria, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.
E lembra-te: “Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”.

Fernando Pessoa

Despedida do Trema


Simplesmente fantástico!!!
Não sei quem escreveu, mas quem assina é o TREMA.
É uma aula de criatividade e bom humor, por sinal, com acentuada inteligência.


Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema. Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. O dois pontos disse que sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé. Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I.
Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas?
A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K e o W, “kkk” pra cá, “www” pra lá. Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER.
Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo que estou “tremendo de medo”. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!
Nós nos veremos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.
Adeus,
Trema.

O Melhor, de Leila Ferreira



Estamos obcecados com “o melhor”.
Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do “melhor”.
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho.
Bom não basta.
O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com “o melhor”.
Isso até que outro “melhor” apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer.
Novas marcas surgem a todo instante. Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.
O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego.
Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter.
Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos.
Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários.
Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.
Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.
Se não dirijo a 140km/h, preciso realmente de um carro com tanta potência?
Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa?
E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o “melhor chef”?
Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro?
O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo “melhor cabeleireiro”?
Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixado ansiosos e nos impedido de desfrutar o “bom” que já temos.
A casa que é pequena, mas nos acolhe.
O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria.
A TV que está velha, mas nunca deu defeito.
O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens “perfeitos”.
As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar a chance de estar perto de quem amo...
O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem.
O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.
Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso?
Ou será que isso já é o melhor e na busca do “melhor” a gente nem percebeu?

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Língua rica

Para quem gosta da Língua Portuguesa, curiosidade como esta é interessante. Acompanhe o texto e veja que “coisa estranha” para se pensar.

O substantivo “coisa” assumiu tantos valores que cabe em quase todas as situações cotidianas.
A palavra “coisa” é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.
A natureza das coisas: gramaticalmente, “coisa” pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma “coisificar”. E no Nordeste há “coisar”: “Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?”
Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as “coisas” nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. “E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios” (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, “coisa” também é cigarro de maconha. Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: “Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já.” E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha.
Na literatura, a “coisa” é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.
Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de “a coisa”. A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: “Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!'
Devido lugar
“Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)”. A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. “Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca.” Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas. Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta “Alguma coisa acontece no meu coração”, de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).
Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim! Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem “Coisinha de Jesus”.
Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, “coisa nenhuma” vira “coisíssima”. Mas a “coisa” tem história na MPB.
No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré (“Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar”), e A Banda, de Chico Buarque (“Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor”), que acabou de ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou. Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: “Coisa linda / Coisa que eu adoro”.
Cheio das coisas
As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o “rei” das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas. Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal, “são tantas coisinhas miúdas”). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade (“ô coisinha tão bonitinha do pai”). Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. “Esse papo já tá qualquer coisa... Já qualquer coisa doida dentro mexe.” Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também: “Alguma coisa está fora da ordem.”
Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.
A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: “Agora a coisa vai.” Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas!
Coisa à toa
Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: “Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente.” E, no verso do poeta, “coisa” vira “cousa”.
Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más.
Mas, “deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida”, cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda.
Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: “amarás a Deus sobre todas as coisas.”
Entendeu o espírito da coisa?
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Se alguém souber o autor, avise-me que coloco aqui. O texto é genial!

O cunhado

O pessoal que escreve piadas e resenhas é muito criativo!!!!!
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Em São Paulo, um cara passou mal no meio da rua, caiu, e foi levado para o setor de emergência de um hospital particular, pertencente à Universidade Católica, e administrado totalmente por Freiras.
Lá, verificou-se que teria que ser urgentemente operado no coração, o que foi feito com êxito.
Quando acordou, a seu lado estava a Freira responsável pela tesouraria do hospital e que lhe disse prontamente:
- Caro senhor, sua operação foi bem sucedida e o senhor está salvo. Entretanto, um assunto precisa sua urgente atenção: como o senhor pretende pagar a conta do hospital? O senhor tem seguro-saúde?
- Não, irmã.
- Tem cartão de crédito?
- Não, irmã.
- Pode pagar em dinheiro?
- Não tenho dinheiro, irmã.
- Em cheque, então?
- Também não, irmã.
- Bem, o senhor tem algum parente que possa pagar a conta?
- Ah... Irmã, eu tenho somente uma irmã solteirona, que é freira, mas não tem um tostão.
A freira, corrigindo-o:
- Desculpe que lhe corrija, mas as freiras não são solteironas, como o senhor disse. Elas são casadas com Deus!
- Magnífico! Então, por favor, mande a conta pro meu cunhado!

Assim nasceu a expressão: “Deus lhe pague”.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A EX


Escrito por Marina, no site Corra Mary.
Pode parecer exagerado, mas vamos combinar, ser educado com ex, tudo bem, não precisa virar inimigo, mas bancar o amiguinho de infância, não existe. Se os amigos de verdade não nos ligam de madrugada (se não for realmente urgente), nem ficam interferindo em nossos namoros, porque a ex teria esse direito?

- Amor, quem é essa pessoa que te liga toda hora?

- Ah, é a minha ex.

- E o que a sua ex quer com você?

- É que a vó dela morreu.

- E o que você tem a ver com isso? Por acaso foi você quem matou?

- Não seja ciumenta. Eu gostava muito da vó dela.

- Você está namorando comigo, agora você tem que gostar é da minha vó.

- Coitada, ela tá sofrendo. Só to querendo ajudar.

- Ela tem amigos e familiares para isso. Não precisa ligar pra você.

- Éramos amigos antes de começarmos a namorar. Você quer que eu jogue no lixo 10 anos de amizade?

- Foda-se se vocês eram amigos do colégio, do maternal, do saco escrotal dos seus pais ou até de vidas passadas, eu não estou nem aí! Quando uma pessoa vira atual, ela nunca mais desce para o degrauzinho da categoria de amiga. Ela não é sua amiga, ela é sua ex.

- Não é bem assim, você não tem amigos também?

- Tenho, mas eu nunca fui pra cama com eles.

- Então você não tem amizade com nenhum ex seu?

- E porque eu teria? Se algum deles fosse bom, ainda seria atual.

- Você é muito radical.

- A vó dela tá morrendo faz quanto tempo? Porque ela te liga todo dia desde que estamos juntos. Se essa vó tá sofrendo esse tempo todo, acho que até eu vou levar flores no velório da coitada.

- Quando descobriram o câncer, já era tarde demais. Nem chegou a sofrer. Ela sempre me ligou pela amizade que temos.

- Que nem quando ela te ligou às duas da manhã de uma terça-feira? Era só pra bater papo? Ela não quer ser minha amiga também não? Vou adorar ter alguém me ligando de madrugada num dia de semana. Super normal.

- Ela é meio carente mesmo.

- Se o problema dela é carência, que adote um cachorro então. Aliás, se esse for o preço pra ela te deixar em paz, eu mesma dou um cachorro pra essa maldita. E com pedrigree ainda. Ela tem preferência por fêmea ou machou ou eu mesma posso escolher?

- Ela já tem oito gatos, não precisa de cachorro.

- Esse é o problema dela então. Um gato é normal, agora oito, é coisa de gente que não bate bem da cabeça.

- Para com isso.

- Aliás, você vai no velório da vó dela?

- Acho que sim, me sinto na obrigação de ir por tudo o que a família dela fez por mim.

- E o que exatamente foi?

- Eu era praticamente um membro da família deles.

- E deixou de ser assim que vocês acabaram, né? Olha, to até com inveja dessa família.

- Mesmo não mantendo mais contato, guardo com carinho tudo o que eles fizeram por mim.

- Que bacana. Vou te chamar pra circuncisão do meu sobrinho também. E pra cirurgia de hérnia da minha tia mês que vem.

- Você quer o que? Que eu pare de falar com ela? Que eu corte o contato completamente?

- Eu? De jeito nenhum. To tão comovida com essa amizade tão verdadeira e sincera de vocês dois que to até pensando em voltar a falar com os meus também, especialmente aquele ex que a minha mãe adorava, sabe? Acho que já te contei dele, o bem sucedido, bonitão, mais velho e que era louco pra casar comigo.

- Não acho uma boa ideia.

- Ótimo. Então estamos entendidos.