terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Te olho nos olhos... (Ana Carolina)



“Te olho nos olhos
e você reclama
que te olho muito profundamente.

Desculpa,
tudo que vivi
foi profundamente.

Eu te ensinei quem sou
e você
foi me tirando os espaços entre os abraços,
guarda-me apenas uma fresta.

Eu que sempre fui livre,
não importava o que os outros dissessem.

Até onde posso ir para te resgatar?

Reclama de mim,
como se houvesse a possibilidade de eu me inventar de novo.

Desculpa
se te olho profundamente,
rente à pele,
a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços,
a ponto de ver a estrada no muito antes dos seus passos.

Eu não vou separar
as minhas vitórias dos meus fracassos!

Eu não vou renunciar a mim,
nenhuma parte,
nenhum pedaço
do meu ser,
vibrante,
errante,
sujo,
livre,
quente.

Eu quero estar viva
e permanecer te olhando profundamente.”


Tive que copiar do blog da Patricia.

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