“Te olho nos olhos
e você reclama
que te olho muito profundamente.
Desculpa,
tudo que vivi
foi profundamente.
Eu te ensinei quem sou
e você
foi me tirando os espaços entre os abraços,
guarda-me apenas uma fresta.
Eu que sempre fui livre,
não importava o que os outros dissessem.
Até onde posso ir para te resgatar?
Reclama de mim,
como se houvesse a possibilidade de eu me inventar de novo.
Desculpa
se te olho profundamente,
rente à pele,
a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços,
a ponto de ver a estrada no muito antes dos seus passos.
Eu não vou separar
as minhas vitórias dos meus fracassos!
Eu não vou renunciar a mim,
nenhuma parte,
nenhum pedaço
do meu ser,
vibrante,
errante,
sujo,
livre,
quente.
Eu quero estar viva
e permanecer te olhando profundamente.”
Tive que copiar do blog da Patricia.
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