segunda-feira, 19 de maio de 2008

A Mídia, a insanidade coletiva e o erro judiciário.


Por que a mídia escolheu o caso de Isabella Nardoni para explorar? Por que o homicídio dessa criança é tão mais grave ou chocante que o de outras tantas?
No Brasil, oficialmente, morrem cerca de 50.000 pessoas vítimas de homicídio, contudo, a maioria faz parte das classes D e E, o que faz com que não seja notícia...
Somente no mês de abril de 2008, pelo menos outras três crianças foram espancadas, violentadas e assassinadas com requintes de crueldade muito maiores que os aplicados na menina Isabella, no entanto, o caso de nenhuma dessas crianças causou comoção no país ou teve tamanho destaque!
É uma lástima que só dêem importância quando crimes dessa natureza envolvem pessoas famosas, influentes e com uma boa condição financeira, afinal, todos sabem quem é João Hélio e Isabella Nardoni, mas pouquíssimos ouviram falar em Laila, 9 anos; Maria Andressa, 7 anos; e Luana, 3 anos; todas meninas pobres e de cidades do interior que foram espancadas, violentadas e assassinadas em abril de 2008.
O pior lado nesses casos, além da superexposição das famílias, é que, tão logo ocorra um novo escândalo em Brasília ou um outro crime de mesmas proporções, eles são facilmente esquecidos; descartados como um guardanapo usado e sem utilidade; de repente, havendo ou não solução, já não têm mais importância, pois são ‘notícia velha’...
Reflitam, pessoas: Vale a pena passar por tudo isso? Qual o verdadeiro papel da mídia em nossas vidas? Até que ponto somos manipulados? E o devido processo legal, onde fica?
Não estou defendendo que em casos como o da menina Isabella não devemos saber quem são os responsáveis, apenas estou argumentando para termos bom senso e um olhar mais crítico. Não vamos julgar e condenar antes da hora, sob pena de estar cometendo uma grande e irreversível injustiça!
Pois é, a mídia notícia o crime e aponta os culpados, mas fica a pergunta: quando resta provado que tudo não passou de uma acusação maliciosa e mentirosa (
Irmãos Nave e Escola Base) ou o culpado não era aquele que virou alvo da execração pública (Manoel da Motta Coqueiro), o que a mídia faz? NADA! Normalmente não há retratação e quando há, não é suficiente para suprir o dano já causado, portanto, CUIDADO, não acredite em tudo que lê.
E se for ficar indignado, por favor, não se limite a reclamar enquanto assiste a TV. Faça algo para mudar a situação. Não lute apenas por Justiça em nome de Isabella, lute também em nome de Laila, Maria Andressa, Luana e tantas outras vítimas.

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