terça-feira, 30 de abril de 2013

Poema



Interpretada por Ney Matogrosso. Realmente é um poema. De amor, de sentimentos, de sinceridades. Tocante!

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo

Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim,
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo e procurei no escuro
Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo
Porque o passado me traz uma lembrança
Do tempo que eu era criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço ou um consolo

Hoje eu acordei com medo mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente
Passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim
De repente a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua
Que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos atrás

Amor só, não basta - Artur da Távola



Aos que não casaram, aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar, aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar, aos que pensam em voltar…

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O amor é único,
Como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue,
A sedução tem que ser ininterrupta…

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia
Ser eterna

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada,
Respeito.
Agressões zero.

Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência… Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas.
Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar.

Amar só é pouco.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem , visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um.
Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar “solamente”, não basta.

Entre homens e mulheres que acham que
O amor é só poesia,
tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não são dois.
Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Desconstruindo inverdades, pelo direito de resposta!




Eu prometi a mim mesma que não comentaria sobre a crônica publicada na revista Playboy sobre os atrativos de Natal, que, de forma infeliz, descreve a mulher natalense como uma completa e verdadeira vadia. Eu acho que comentar é dar ibope a um lixo desses, mas não me aguentei. Em homenagem ao ministro Joaquim Barbosa: eu até que gosto de chafurdar na lama de vez em quando.
Há uma gritante, injusta e errônea generalização a respeito de nós e de nosso comportamento, isto não pode ficar assim. As pessoas já têm uma imagem errada sobre as nordestinas e natalenses, imaginem com um texto desses? O que ele pretende, além de denegrir a imagem da natalense Brasil a fora? Promover o sexo turismo???
O cara começa dizendo que o verão dura 12 meses – mentira, aqui chove pelo menos 03 meses por ano – e que por isso os “shortinhos, topzinhos e biquininhos são onipresentes”. Cara, eu sou natalense e raramente uso shorts e quando os uso não são 'inhos' – prefiro vestidos, só coloco top por baixo de camiseta usada para caminhar e odeio biquininho. Vai ver não sou natalense, como declara minha certidão de nascimento!
Calma, é só o começo.
Ele segue dizendo que “(quase) todo dia elas se refestelam na areia, fritam sob o astro-rei”. Eu pergunto, quem são essas desocupadas que vão à praia (quase) todo dia? Eu só consigo ir 2 ou 3 vezes por ano e olhe lá, quando estou a fim de ficar vermelha e tenho nada melhor para fazer, já que não sou fã de fritar no sol. Sou como a maioria das natalenses que conheço: praia não é muito a minha praia. Juro, estou começando a achar que meu registro é falso. Será que fui adotada?
Ele ousou dizer que as mulheres que vêm de fora incorporam o jeito de ser das nativas. Gente... Quando eu li essa parte dei uma sonora gargalhada! É sério isso? São elas que passam a se comportar como nós ou é o inverso? Porque, a título de ilustração, até quando me lembro, o topless é coisa de turista estrangeira e o fio dental só teve adesão de algumas natalenses após o estouro do turismo, lá pelos anos 2000, quando as outras vieram para cá encher as areias de nossas praias com seus bumbuns de fora. Até hoje não aderi ao topless, nem ao fio dental. Eu acho, mas só acho que ele confundiu turista e emigrante com nativa.
O dito cujo segue afirmando “mulher aqui trata homem como produto em liquidação. Ela se aproxima, olha a embalagem e, mesmo sem gostar muito, diz a si mesma: “Vou levar. Vai que acaba…””. Numa boa? O homem que se deixa tratar como produto de liquidação não vale nada mesmo, é pior que canalha, se é que isso é possível. Do mesmo jeito que não aceito ser tratada como um pedaço de carne, também não vejo ninguém como artigo em prateleira. Mas essa sou eu, vai ver sou muito chata, careta, vai ver sou de outro mundo.
Eu queria ver o tipo de mulher que ele conheceu e que inspirou o texto, juro! Que fique bem claro: ver, não conhecer. Eu sei que existe mulher para tudo e de todo jeito em qualquer lugar do mundo, por que aqui seria tão diferente? Isto não significa que todas (ou a maioria) sejam da forma que ele nos descreve: depósitos de pecados, delicinhas, atiradas, que abordam sem deixar espaço para mal-entendido, potrancas siliconadas, acessíveis o bastante, de seios e bundinhas empinadas. Preciso mesmo dizer 'ou seja, vadias'?
Sabem o que eu acho sobre o autor e todos aqueles que falam e pensam do mesmo jeito dele? São uns coitados! E quando eles levam fora ou chifre de uma natalense? Eu acho é pouco. Ah, já está bom, ele já levou 10 minutos de meu tempo – o tempo que dispensei para escrever este texto.
O autor pode até ter instigado um bando de marmanjos a vir aqui tirar a prova dos 9 (e quebrar a cara bonito), mas o mais importante é que ele se queimou total perante as natalenses, deixando-as indignadas, afinal, aqui há muitas mulheres completamente diferentes da descrição feita por ele. Vem cá, Márcio Nazianzeno, mostra a sua cara diante de uma natalense de verdade.
Só li a tal crônica porque várias amigas e conhecidas divulgaram. Ao terminar de ler, e após controlar o riso das asneiras lá postas, eu quase sofri uma crise existencial, só que não! Hahaha Não me identifiquei em nada, comecei a duvidar do que declaram meus documentos, comecei a achar que minhas memórias foram alteradas, comecei a me questionar “será que sou mesmo natalense ou sou um et?”. Mas enfim, esta é a primeira e última vez que me manifesto sobre o assunto, é o meu direito de resposta. Não vou dar mais ibope, sei que próxima semana o assunto será outro e logo esta crônica infeliz cairá no ostracismo, como merece tudo aquilo que não presta.